O Tribunal do Júri de Florianópolis atendeu nesta quarta-feira, dia 20, ao pedido do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), e condenou um homem a 14 anos e oito meses de prisão em regime fechado, por matar, queimar e ocultar o corpo da companheira em um matagal próximo a residência do casal, em um sítio. O caso ocorreu no Sul de Florianópolis, na noite de 15 de abril de 2019.
No dia seguinte ao crime, o réu registrou o desaparecimento da vítima. Ao longo das investigações, o homem confessou e descreveu como realizou o assassinato à Polícia Civil.
Segundo ele, após uma discussão, agrediu a vítima, que caiu no chão e bateu a cabeça em uma pedra, o que causou a morte da companheira, tese essa que foi combatida pelo Ministério Público e também afastada pelos jurados.
Queimou corpo em fogueira
O homem declarou que após conferir que a vítima não estava mais respirando, montou uma fogueira com pedaços de madeira, colchão e entulhos, jogou gasolina e colocou o corpo da companheira em cima dos objetos e em seguida ateou fogo e fez uma grande fogueira até destruir totalmente os restos mortais da vítima.
No dia seguinte, enterrou as cinzas e fragmentos carbonizados do cadáver em um matagal próximo ao sítio onde moravam. O marido justificou tal ato como a realização de um sonho da companheira, que, segundo ele, queria ser cremada e ter suas cinzas espalhadas na natureza.
No julgamento, o promotor de Justiça Diego Henrique Siqueira Ferreira sustentou que o acusado praticou os crimes de homicídio, qualificado por tratar-se de feminicídio, e ocultação de cadáver.
Para o promotor, mais importante, além da condenação do réu, foi que, agora, os filhos conseguirão obter a certidão de óbito da mãe, tendo em vista que até o julgamento, todos os laudos foram inconclusivos em afirmar se os restos mortais encontrados eram da vítima. “O Ministério Público comprovou que, sim, eram da vítima. Hoje, a justiça foi feita, especialmente em relação à vítima e seus familiares, que, infelizmente, parecem ser esquecidos pelo processo penal brasileiro”, finalizou Diego. (Oeste Mais)