Milena Andersen Lopes (PL), ex-prefeita de Vargem, no Meio-Oeste, e ex-presidente da Federação Catarinense de Municípios (Fecam), foi um dos alvos de busca e apreensão da Operação Via Clandestina, na manhã desta terça-feira (5). Durante a gestão 2021-2024, ela teria recebido propina para favorecer uma construtora em contratos para asfaltamento de vias públicas no município, conforme apuração do jornalista da NSC Raphael Faraco.
Além de Milena, os alvos da operação incluem o empresário da construtora e endereços da empresa e da prefeitura de Vargem. O Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) apura crimes de corrupção ativa e passiva, com pactuação de vantagens indevidas, mediante favorecimentos recíprocos.
De acordo com o MP, o nome da operação faz referência à suspeita de encontros clandestinos e previamente agendados entre os investigados, em vias públicas, para repasse de propina.
Em fevereiro deste ano Milena foi nomeada secretária-adjunta na Secretaria estadual de Assistência Social, Mulher e Família. Os supostos crimes pelos quais ela é investigada não têm relação com o cargo atual dela no governo estadual, e sim com o segundo mandato como prefeita de Vargem.
Em nota, o governo estadual disse que não foi notificado oficialmente sobre as pessoas investigadas. A prefeitura de Vargem informou que foi alvo de mandados de busca na manhã desta terça e reforçou que os supostos crimes não envolvem a atual gestão. Já a Fecam, da qual Milena foi presidente em 2023, informou que a investigação “não envolve a atuação da Federação”.
A defesa de Milena Andersen Lopes afirmou em nota que ainda não obteve acesso aos autos, que tramitam em segredo de justiça, e disse que a ex-prefeita “está tranquila e à disposição das autoridades”.
O que diz a defesa da ex-prefeita de Vargem
“A defesa de Milena Andersen Lopes, diante dos fatos noticiados na imprensa na data de hoje, relativos à Operação Via Clandestina, que foi levada a efeito pelo GAECO/GEAC, informa que requereu, mas ainda não obteve, acesso aos autos, que tramitam em segredo de justiça.
Antecipa que Milena Andersen Lopes está tranquila e à disposição das autoridades para prestar os esclarecimentos necessários, confiante na atuação do Ministério Público e do Poder Judiciário.”
“Como a investigação não envolve nenhuma ação do Governo do Estado, não fomos notificados oficialmente, como instituição, sobre quem são as pessoas investigadas. Por isso, não temos como responder no momento.”
O que diz a prefeitura de Vargem
“Na manhã desta terça-feira (5), a Prefeitura de Vargem recebeu o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas – GAECO, do Ministério Público de Santa Catarina, que cumpriu diligências relacionadas à Operação “Via Clandestina”, investigação que apura fatos ocorridos em gestões anteriores.
A atual administração reforça que colaborou plenamente com o trabalho dos agentes, fornecendo todas as informações e documentos solicitados, cumprindo o dever de órgão público, que preza pela legalidade e pela transparência de seus atos.
Importante destacar que a investigação não tem relação com a atual gestão e segue sob responsabilidade exclusiva do Ministério Público de Santa Catarina.
A administração municipal reitera seu compromisso com a ética, a transparência e o respeito às instituições.”
O que diz a Fecam
“Sobre a operação “Via Clandestina”, deflagrada nesta terça-feira (5) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO), a Federação de Consórcios, Associações de Municípios e Municípios de Santa Catarina (FECAM) informa que não se manifestará sobre investigações em curso.
Ressaltamos que, conforme as informações disponíveis até o momento, a referida operação não envolve a atuação da Federação, nem diz respeito à sua estrutura ou às atividades desenvolvidas pela entidade.“