O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), por meio do GAECO e do GEAC, deflagrou na manhã desta terça-feira (5) a Operação Via Clandestina para investigar um suposto esquema de corrupção envolvendo contratos de pavimentação asfáltica no Meio-Oeste catarinense.
A ofensiva cumpre oito mandados de busca e apreensão autorizados pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), com diligências realizadas simultaneamente nos municípios de Vargem, Campos Novos, Lages e São José.
As investigações, conduzidas pela Subprocuradoria-Geral para Assuntos Jurídicos do MPSC, apuram possíveis crimes de corrupção ativa e passiva, com indícios de repasses ilegais de valores em troca de favorecimentos em contratos públicos. O foco principal é a relação entre um agente político e um empresário do ramo de pavimentação, que teriam atuado em conluio para beneficiar mutuamente seus interesses em licitações municipais.
De acordo com o MPSC, o nome da operação faz alusão a encontros clandestinos realizados em vias públicas entre os investigados, onde teriam ocorrido entregas de dinheiro sujo relacionado aos contratos sob suspeita.
As buscas têm como objetivo coletar provas materiais, como documentos, celulares e registros eletrônicos que possam comprovar o esquema. Para garantir a integridade das evidências, a Polícia Científica de Santa Catarina também acompanha as diligências, cuidando da preservação da cadeia de custódia.
A Operação Via Clandestina segue sob sigilo judicial. O Ministério Público informou que novos detalhes poderão ser divulgados assim que houver a publicidade dos autos.
Forças conjuntas no combate à corrupção
O GAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas) é uma força-tarefa composta por integrantes do Ministério Público, Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Penal, Receita Estadual e Corpo de Bombeiros Militar. Sua atuação é voltada à repressão de organizações criminosas complexas e articuladas.
Já o GEAC (Grupo Especial Anticorrupção) é formado por membros do MPSC especializados na apuração de casos de corrupção de maior gravidade ou complexidade jurídica, com foco em ações de responsabilização civil, administrativa e penal.
A ação desta terça-feira reforça o cerco a práticas ilegais na administração pública, especialmente no setor de obras e infraestrutura, historicamente vulnerável à formação de cartéis e ao pagamento de propinas em troca de contratos bilionários.
Os nomes dos investigados não foram divulgados oficialmente até o momento. As equipes do Jornal Razão seguem acompanhando o caso e trarão atualizações assim que houver liberação judicial das informações.
