Tereza Cristina, ministra da Agricultura, visitou uma fazenda na linha Rodeio Chato, no interior de Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, nesta quarta-feira (12). Apesar de o agricultor ter relatado à ministra que é a terceira safra de milho que perde, por conta das ações do tempo, a executiva considerou que já observou danos maiores em outras regiões do país.
“Precisamos propor soluções para esses produtores que estão com problema. Aqui, por exemplo, se eu olhar de fora, já vi lavouras piores que aqui. Mas depois que anda, a gente vê que as perdas são severas”, descreveu.
A visita tem por objetivo analisar a situação crítica na agricultura causada pela estiagem em Santa Catarina. “Não viemos propor solução nenhuma. Viemos ouvir e ver as dificuldades que os estados estão passando com essa estiagem severa. Ouvir os problemas que estão acontecendo e identificar onde o governo pode atuar”, disse.
Tereza Cristina ressaltou que montou um grupo de trabalho com entidades de classe e está visitando quatro estados para ter uma estimativa dos danos causados pela seca e projetar ações que ajudem os produtores. A ministra visitou Santo Ângelo (RS) e Chapecó (SC), nesta quarta-feira. Ainda nesta semana estará em Cascavel (PR) e Ponta Porã (MS).
“Não da para ter nenhum tipo de alarmismo, pois o Brasil é muito grande, são muitos estados que plantam a nossa safra, mas estamos tendo perdas que nos preocupam nestes quatro estados”, completou.
Ações do governo
A ministra destacou que há uma série de ações que podem ajudar os produtores afetados pela estiagem e que irá analisar as pospostas recebidas pela pasta.

“Temos uma série de coisas imediatas que podem ser feitas. Por exemplo, quem tem seguro, fazer com que isso saia rapidamente, que sejam vistoriados e que os recursos cheguem, principalmente, aos pequenos produtores. Também como faremos com os financiamentos, os vencimentos e como vai ficar a renda desse produtor”.
A vice-governadora de SC, Daniela Reinehr (PL), acrescentou que o estado disponibiliza o Programa SC Mais Solo e Água para ajudar os produtores a terem acesso aos direitos em situações de emergência.
“Nesse momento, o emergencial é o produtor ter acesso aos seus direitos, identificar se já tem autorização para colher para silagem e algumas outras ações imediatas, mas precisamos, acima de tudo, criar ações perenes e essa informação chegar de forma eficiente para o agricultor para que ele consiga acessar os programas, como o SC Mais Solo e Água”, acrescentou Daniela.
Em 2022, o Programa SC Mais Solo e Água terá R$ 100 milhões disponíveis para ampliar a resistência hídrica no meio rural e minimizar os impactos das recorrentes estiagens. Além disso, existe a sinalização da Assembleia Legislativa de mais R$ 50 milhões para reforçar essas ações.
Este será o segundo ano consecutivo que o Governo destina recursos para o combate à estiagem. Em 2021, foram R$ 100 milhões em investimentos, que beneficiaram mais de 2,4 mil agricultores e 100 prefeituras. O Programa SC Mais Solo e Água possui linhas de apoio especiais com descontos que podem chegar a 75% do valor contratado no financiamento para construção de sistemas de armazenagem e distribuição de água.
Visita em SC
Tereza Cristina chegou a Chapecó por volta das 14h em voo da FAB (Força Aérea Brasileira). Ela estava acompanhada do secretário de Política Agrícola, Guilherme Batos, do presidente do Conab, Guilherme Ribeiros, do presidente da Embrapa, Celso Moretti e outras autoridades do estado e município.

Às 17h, participou de uma reunião com lideranças da região no Centro de Cultura e Eventos, no Centro. Prefeitos e líderes do agronegócio estiveram no evento.
A ministra e a comitiva pernoitaram em Chapecó em um hotel de luxo com diária entre R$ 195 a R$ 218. A equipe deve embarcar para Cascavel (PR) às 8h desta quinta-feira (13).
Estiagem em SC
A estiagem é causada pelo baixo volume de chuvas nas regiões Extremo- Oeste, Oeste e Meio-Oeste de Santa Catarina. A média atual de precipitações nesses locais é de, respectivamente, 20, 31 e 46 milímetros. Sendo que o esperado seria uma média em torno de 150 mm.
A principal preocupação do setor produtivo é a quebra na safra de milho, tanto milho grão quanto silagem, que deve impactar diretamente as cadeias produtivas de carne e leite.
De acordo com as informações da Epagri/Cepa, a colheita estadual deve ter uma redução de 12,2%, sendo que nas regiões Oeste e Extremo-Oeste algumas lavouras tiveram perdas de até 50%. Até o momento, as perdas são avaliadas em R$ 1,2 bilhão no meio rural catarinense.
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