Uma série de imagens começaram a ‘pipocar’ via chats de mensagens, no início da noite deste domingo (19), denunciando caos em meio a aplicação da prova para o processo seletivo de professores ACTs (Admitidos em Caráter Temporário).
As imagens foram gravadas na unidade de São José (SC) da Faculdade Anhanguera. Além da superlotação da sala, o registro mostra ainda os candidatos portando celulares e em distanciamento quase inexistente entre as classes.
Outro ponto salientado em diferentes relatos foi o calor que acometeu a região ao longo do domingo. Com sensação térmica superior a 30°C, em salas de aula lotadas, alguns candidatos passaram mal e o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) precisou ser acionado.
Os professores com curso superior selecionados para as disciplinas em que forem habilitados a partir do concurso, terão a garantia da remuneração mínima de R$ 5 mil para 40 horas semanais, ou valor proporcional conforme a carga horária estabelecida.
Pedido de anulação da prova
Ao menos quatro candidatos procuraram a reportagem para trazer testemunhos a respeito do suposto descaso com a prova. Organizada pela Acafe (Associação Catarinense das Fundações Educacionais), a prova teria tido pouco ou nenhum controle, segundo os relatos.
“Para se ter uma ideia, eu estava na minha 5ª questão quando entraram na nossa sala para avisar que outro ambiente seria preparado devido a superlotação”, contou uma professora, há oito anos no magistério, que é natural do Rio Grande do Sul e presenciou a cena.
Aos 35 anos de idade e uma “concurseira” confessa, a professora revelou que jamais viu algo parecido desde que presta os concursos.
“A maioria das pessoas sequer acataram a fala do fiscal, batera fotos da prova. Todos já sabiam até o tema da redação e mesmo assim tiveram acesso aos celulares. E não foram poucas pessoas, foram muitas”, acrescentou a servidora que pediu para não ser identificada.
Ela admitiu, ainda, que já procurou o MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) para cobrar providências, dentre elas, a anulação da prova.
Desfecho catastrófico
Outro candidato, que pediu para não se identificar, revelou uma série de pontualidades na qual define como “desfecho catastrófico”.
Além da situação da superlotação e pouco preparo dos fiscais, o concorrente revelou problemas com as provas com questões repetidas e cargos trocados.
A testemunha, além de mencionar toda insegurança imposta pelas condições, lembrou das dificuldades do acesso ao local da prova e os problemas decorrentes da falta de alternativa ao transporte sendo táxis e aplicativos “com valores nas alturas”.
Situação pontual
Em contato com a SED (Secretaria de Estado da Educação), a informação repassada é que foi uma situação “pontual” diante da “capacidade das salas de aula em um local de aplicação”.
Ainda de acordo com o documento a intervenção da coordenadoria da prova foi a fim de “disponibilizar outras salas” afim de garantir um “distanciamento maior”.
A nota ainda esclarece que “as imagens que circulam em redes sociais” foram feitas antes do início da prova e o que aparece sobre as classes é o “cartão-resposta” da prova. O posicionamento acrescenta que os candidatos que usaram o celular foram “eliminados, conforme previsto no edital”.
A SED ainda lembra que a responsabilidade da pasta é fazer a contratação da banca – nesse caso a ACAFE – que faz todo o processo seletivo, desde elaborar o edital até a aplicação da prova.
Sobre a aglomeração no local, o que foi repassado é que “não há mais exigência do distanciamento de um metro em sala de aula conforme portaria emitida essa semana”, e, dessa forma, não consiste em uma infração o acúmulo de classes.
Confira o posicionamento da Acafe e SED
A Acafe e a Secretaria de Estado da Educação esclarecem que houve uma situação pontual a respeito da capacidade das salas de aula em um local de aplicação da prova para o processo seletivo de professores ACTs na Grande Florianópolis.
Antes do início da prova, houve a intervenção do coordenador para disponibilizar outras salas no local de prova. Logo, parte dos candidatos foi realocada para outros espaços, garantindo um distanciamento maior.
Em função desta operação, houve acréscimo ao tempo adicional de prova destes candidatos para que fosse observado o limite de quatro horas para realização da prova.
As imagens que circulam nas redes sociais foram gravadas antes deste remanejamento e, consequentemente, antes do início das provas. Quem usou o celular durante a aplicação da prova foi eliminado, conforme previsto no edital.
Além disso, o papel que aparece nas imagens não é a prova, mas o cartão de resposta que é colocado sobre as carteiras para identificar os candidatos.
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